O longão de 21 km

Para perder o medo de alguma coisa, só encarando mesmo, e fui isso que fiz,assim que a assessoria organizou um longão de 21 km, o percurso que é realizado aqui em Curitiba, me encorajei e enfrentei, a idéia era essa que o esse treino tirasse nossa ansiedade e receio e enfim pudéssemos ver que éramos capazes de enfrentar o desafio.

O início do percurso

Muitos amigos estavam presentes, alguns já realizaram até maratona, mas a maioria estava ali para o desafio dos 21 km, pois vamos estrear juntas nessa categoria, umas mais rápidas, outras mais lentas, com ou sem dor, estávamos com o mesmo objetivo e não importa como o que interessava era concluir o percurso. Até a metade tive a companhia da Analucia , que já realizou esse feito a poucos dias e agora esta se preparando para a maratona, depois ela seguiu mais rápida e eu fiquei por último, mas não sozinha, pois tinham os apoios para acompanhar.

Acompanhando a elite só tem fera

Para o apoio, dessa jornada contamos a ajuda imprescindível de Adriana e Solange que nos acompanharam de bicicleta, oferecendo, água, gel e muita energia boa, animação e nos mantiveram firmes até o fim e o Prof. William que nos acompanhou, correndo e orientando durante o percurso.

Até os 15 km fui muito bem, até ai eu conhecia, não era novidade, depois disso foi mais complicado, não estava ofegante, a respiração estava boa, a postura também, mas tive câimbra na panturrilha, e um cansaço natural, diminuí o ritmo, caminhei alguns metros, alonguei a fim de manter os esforços e conseguir chegar até o fim, de preferência correndo como o previsto.

Na metade do caminho

E deu certo, cheguei bem, poucas dores, considerando o esforço, um cansaço aceitável e muita alegria, meu tempo foi de aproximadamente 2h40min, mas isso era o menos importante o que eu queria mesmo era concluir e isso realizei, eu e as minhas amigas, especialmente a Marisa que não iria mais em função de uma lesão, mas se recuperou a tempo e também venceu o desafio, cada uma no seu tempo e no seu modo chegou ao fim, e ai é claro perdi o medo, já sei que sou capaz, que tenho um corpo realmente saudável capaz de se modificar e aguentar os esforços que eu ofereço e assim vou me surpreendendo positivamente com meus próprios resultados. 

 

Os longões..

Treino feito - só alegria

Desde o momento da resolução para fazer a meia maratona além de treinar muito mais que o habitual, com planilhas mais extensas, percursos longos cada vez maiores aumentado gradativamente, média de 1 km a mais por semana, veio o medo enorme de não conseguir.No começo até deu um friozinho na barriga mas logo passou, estava longe ainda, alguns meses dava tempo de treinar e me preparar. Mas chegando perto da data que ainda esta por vir começou de novo a insegurança, será possível meu corpo aguentar tanto, vou conseguir terminar no tempo determinado, morro de medo de ser a última a acabar ou pedirem para me retirar da pista, isso fazendo até 5 km, imagine nos 21 km então.

A primeira vez que passei dos 10 km em um só treino fiz 12 km no Jardim Botânico, conforme pedido na planilha, mas num período me atrapalhei um pouco pois em função de provas de que participei  acabei demorando a avançar, era uma questão de ter tirado a dúvida antes com o treinador, afinal se não pergunto não tem como ele saber,não é mesmo? Mas no fim deu certo, consegui ir avançando com algum progresso e principalmente ganhando resistência.
Outro treino mais longo foi com as minhas amigas da corrida, nos reunimos e fizemos 14 km, além de divertido foi muito bom, apesar que senti algumas dores, aquelas conhecidas dores de lado precisei andar um pouco, mas tinha companhia a Bruna fez bolha no pé e ficamos para trás, nem por isso desistimos fomos até o fim e completamos nosso percurso com muito orgulho.

Dominamos a linha verde

Mas ate então não estava convencida que estava pronta para a meia maratona, senti dor, precisei andar, então pensei, será que vai dar, mas estava tarde para desistir, afinal inscrição realizada, hotel reservado, e tudo combinado voltar dessa decisão não estava previsto mesmo, então o jeito foi me preparar também psicologicamente, não, fazendo terapia, talvez fosse o ideal, mas mentalizando a essa possibilidade, procurando acreditar que era possível e que eu iria conseguir, confesso que no meu caso isso é mais difícil que o preparo físico, mas é um aprendizado, começar a acreditar nas sua capacidade de chegar mais longe.  

Os preparos para a meia maratona

Na trilha

Da mesma forma que eu previa fazer 10 km só esse ano e acabei fazendo em 2012, a meta desse ano era fazer bem os 10 km e já estou rumo aos 21 km, sim, esta muito próximo, minha rotina de treinos ficou mais pesada, com mais treinos longos,exercícios mais  específicos e mais pesados na musculação, com isso muita dor muscular, cansaço e muita satisfação e estar com resultados cada vez melhores.Decidir fazer a meia maratona, pareceu insano, afinal muitas de minhas amigas que treinam a mais tempo e correm muito mais ainda não encararam esse desafio, não porque elas não tenham condições,ao contrário mas é necessário sentir-se preparado, pois precisa de condição física, psicológica, cuidar da alimentação e muito treino.

Treino na praia, puxado

Agora são de 2 a 3 treinos acompanhados durante a semana seguir a planilha, já percebi melhores resultados nas provas, meu tempo em provas de 10 km é de 1h10min em média, a tendência é ir diminuindo o tempo e aumentando a resistência e chegar cada vez mais em melhores condições  e assim aos poucos exigir mais do corpo, insistir no esforço e aumentar a capacidade a sempre.

Os locais de treino foram diversos, corremos na praia, na serra, nas ruas da cidade, essa diversidade de lugares e paisagens auxilia bastante ,pois aprendemos a encarar situações diferentes, com paisagens e terrenos variados, alguns caminhos com vento, outros com mais subidas, outros esburacados, enfim saber enfrentar cada um desses nos leva conclusão do objetivo maior seja os 5, 10 ou 21 km, o importante é concluir com dignidade, correndo, superando os próprios limites.O desafio já tem dia e local, será dia 09 de junho em Florianópolis, claro que além tudo a paisagem deverá favorecer para um bom desempenho

Treino no Jardim Botânico

Os Treinos

Os treinos são muito importantes para chegar com bons resultados no esporte que escolher, e na corrida não é diferente, além de estar preparado para os desafios que decidir enfrentar, com um bom acompanhamento profissional terá menos problemas com lesões e outras consequências indesejáveis.

 

 Mas treinar exige muita disciplina, afinal precisa conciliar estudo, trabalho, vida social e tudo o que fazemos com os horários de treino, além das atividades regulares, especialmente para quem mora em Curitiba, tem o fator climático, frio, chuva, calor exagerado e raramente o clima agradável, mas o jeito é encarar tudo isso e ir fazer seu treino, arranjar um tempo seja bem cedo, ou depois do trabalho, na hora de almoço, o importante é fazer, eu particularmente gosto muito de treinar pela manhã, fico disposta durante o dia, meu rendimento é melhor, mas nem sempre isso é possível nem por isso deixo de fazer, sem falar que também muda de uma pessoa para outra, alguns se adaptaram bem a noite ou a tarde.

Outro fator importante é combinar outras atividades que contribuam para melhorar seu rendimento, no meu caso, sempre que possível frequento as aulas de spinning , sigo rigorosamente os treinos de musculação, sempre comunicando meu instrutor do meu novo objetivo, assim ele prepara a minha ficha de acordo com o que vou precisar e aulas de pilates, que favorece no ganho de resistência, força e tudo isso contribui para um ganho de rendimento e qualidade nos resultados atingidos.

Além dos benefícios físicos, os treinos são também um momento para encontrar os amigos, sair um pouco das preocupações diárias, cuidar-se, dedicar esse tempo para você, e ainda acaba levando essa determinação e disciplina para outras atividades e tendo melhores resultados em outros setores da vida.

Outros 10 Km

A primeira prova desse ano informalmente foi a Corrida da Lua Cheia, fiz 4 km, o suficiente para depois das férias, embora eu tivesse parado, mas diminui o ritmo então a idéia era voltar sem pressão para fazer mais ou melhor, bastava apenas fazer. Depois contando oficialmente a Corrida da mulher com 6,5 km e assim fui me preparando para outras corridas de 10 km, a principio a idéia esse ano era fazer bem essa modalidade e me aventurar na prova da Graciosa mas isso no segundo semestre, sem pressa, sem stress.

Corrida Mulher/ desafio realizado

Chegou a prova da Unimed, nessa época estava sentindo uma dor de leve nas panturrilha, mas estava incomodando, pensei em fazer somente 5 km para não forçar, além desse cuidado eu realmente estava com medo de encarar novamente os 10 km, afinal ouvi falar que o percurso era bem mais difícil e era mesmo, eu sabia que nessa estaria sozinha saímos em grupo mas cada um vai segue conforme seu ritmo e o meu é lento, sempre chego por último, e se quisesse desistir, se algo desse errado, como faria. Mas durante a espera para a largada ouvi todos falando em 10 km, e então fui mudando de idéia até decidir pelo mesmo que a maioria e encarei o desfio novamente.

Corrida da mulher/na largada

A grata surpresa foi, que fiz muito bem, cheguei com um cansaço normal, sem dores e o melhor na primeira vez que percorri essa distância fiz em 1h20 min e consegui diminuir 5 minutos, fechei em 1h15min, foi muito bom o resultado, fazer melhor o que tinha medo de simplesmente fazer é uma sensação muito boa e no fim se eu tivesse desistido não teria saído tão satisfeita e pensando se teria tido sucesso se tentasse, assim ao menos tive a certeza que era capaz não só de fazer, como fazer bem.

Adidas de outono - tarefa cumprida

E depois vieram outras como a corrida de Outono da Adidas, a corrida do Exército, entre outras, cada uma com suas características, e com os resultados possíveis.

E chegaram os 10 km

Quase terminando - Adidas verão 2012

Fiz algumas provas de 5 km e a idéia era melhorar nessa modalidade, fazer um tempo satisfatório até ir ganhando resistência e segurança para ir passando para os 10 km, que estava previsto para 2013. Mas como nada é certo, previsto e definitivo, acabei topando o desafio de realizar os 10 km na prova de verão da Adidas,tinha no máximo dois meses para me preparar e então treinei seriamente para isso.

O dia chegou, tenso é claro,eu já havia emagrecido 15kg mas ainda acima do peso, e sem falar que com um receio muito grande de   não conseguir concluir o percurso, de apesar de treinado para isso.

Recepçao na chegada

Até os seis primeiros quilômetros foi tranquilo, depois disso o cansaço foi ficando difícil de administrar,fui tendo os sintomas do desgaste, mas chegando ao sétimo quilometro tive a grata surpresa de ter o professor William esperando para terminar a prova comigo, faltavam 3 km, mas era muito, eu estava exausta, sentia enjôo, tremedeira, tudo e parecia que nunca ia acabar, queria terminar andando mesmo, desistir por ali, mas com o apoio incondicional do meu treinador consegui vencer o desafio, ter alguém do meu lado me motivando foi determinante nessa fase, sozinha eu teria desistido, mas pensando assim é notório que o meu corpo estava preparado mas o psicológico não, pois não estava acreditando que faria tanto, que conseguia, precisei de alguém avisando da minha capacidade.

Chegar no fim  foi sensacional, a conquista, a satisfação de vencer os limites, superar as dificuldades, mas o mais incrível foi a recepção dos amigos, até hoje lembro da Sonia festejando a minha chegada e anunciando aos outros que eu estava lá, tinha a Rossana que como eu estava nos primeiros 10 km, enfim pessoas que esperaram, festejaram e acolheram, celebrar alguma conquista seja ela qual for se foi 1 km feito no treino ou 10 km conquistados numa prova é parte importante desse processo, valorizar pequenas e grandes conquistas, especialmente as pequenas afinal muitas delas nos impulsionam para os objetivos maiores.  

Comemoração

E vieram outras provas de 5km...

Chegamos primeiro é claro

Depois de participar de uma prova, da vontade de ir em todas,  ver os amigos, correr, sair para correr aos sábados a noite ou aos domingos cedo, parece coisa de maluco, afinal o normal é a vida social no sábado e  dormir até não poder mais domingo, mas isso é a regra nós somos exceção.

É claro que não deixamos de ter vida social ou dormir aos domingos, não viramos outras pessoas apenas estabelecemos prioridades e lidamos com isso nos finais de semana, podemos correr um sábado e no outro ir a uma festa, bar ou balada, basta saber conciliar .

A cada prova tentamos nos superar, é um novo percurso ainda totalmente desconhecido, ainda da o medinho de não terminar, de ficar muito difícil, em uma das provas a Fila Night Run, foi quando sofri mais sentindo dores, muito conhecida como dor de lado, a dor é aguda e atrapalha no rendimento, não dá para acelerar e o pior as vezes é preciso caminhar, assim a dor desaparece e então da pra voltar a correr. Fui ao médico verificar o motivo da ocorrência dessa dor e felizmente é apenas resultado do esforço realizado e tende a desaparecer conforme o organismo se adaptar àquela exigência.

A corrida que foi muito difícil em razão da dor, acabou sendo também uma das mais divertidas, por ser noturna o clima já era festivo, foi a primeira correndo com o grupo formado na assessoria, comemoramos no final bebendo uma Smirnoff Ice, enfim foi uma festa completa,foi minha primeira prova noturna e valeu a pena por tudo.

Missão cumprida, fim de prova bem sucedido

Outra bastante interessante foi a realizada no Parque Tingui, a corrida da longevidade, pois essa tinha um pouco mais de 5 km , eram 6 km , muito bom para quem esta cansado de fazer só 5 km ou esta começando a sair para 10 km, assim vai aumentando gradativamente sem se machucar, e vai se adaptando a correr um percurso maior.

O bom mesmo é correr independente do horário e da distância, superar suas limitações e fazer isso porque gosta, que está feliz naquela situação, isso não quer dizer que esse caminho vai se fácil e confortável, mas que valerá muito a pena seja porque perdeu peso, fez amigos, saiu da depressão, se livrou de alguma doença, conheceu um lugar novo, eu estou feliz por algumas dessas coisas e pretendo realizar muitas outras.

Quase todo mundo

Os primeiros 5 km

A primeira prova é tenso pois tem coisas além de corrida para fazer, ir buscar o kit, descobrir o melhor horário para chegar no local, entender a logística disso tudo, esquema de barraca, onde ver os amigos, eu pensava em como eu ia adivinhar o percurso, uma série de coisas que parecem muitas mas no fim vale mais a expectativa que os feitos em si.



Um dia antes tive um apoio imenso da minha amiga Marisa, ela me orientou, deu um monte de dicas, conseguiu carona para que eu fosse com a Eloisa, que por sua vez também foi um amor, junto com a Rossana e a Sonia vieram me buscar, me ensinaram onde pegar o chip, como colocar no tênis, colocar o número na camisa, essas coisas que depois viram rotina, se alguém ajuda numa primeira vez torna tudo mais torna tudo mais tranquilo, a ansiedade, a espera, aquele rebuliço na barriga, e o aperto no coração fica só para o momento da corrida.

Chegado o momento da corrida, não há o que fazer só se pode sair correndo e pronto, passado um tempo da corrida toda aquela tensão o nervosismo passou, ai é concentração, não perder o foco, saber que se preparou, que fez o que deveria ser feito pra chegar até ali.

Terminar é a melhor das sensações, cheguei bastante cansada, um esgotamento natural, mas muito feliz, por ter conseguido, por ter chegado, por estar ali, num lugar super alto astral, com pessoas que estava conhecendo e gostando de conhecer e tendo cumprido o primeiro grande passo da superação.

 

Rumo aos 5 km

Se você consegue o seu primeiro km os 5 km são conseqüência, você já sabe o que fazer, tem que treinar, com dor, com preguiça, feliz, com raiva, não importa. Nessa fase eu ainda não tinha uma continuidade estava melhorando mas ainda sem fechar esse percurso correndo, sempre caminhava um pouco, fazia menos, ai chega o momento que precisa de um novo estímulo além de querer correr, que é estabelecer as metas, definir um prazo, escolher uma prova para estrear, eu não sabia disso, não sabemos tudo sozinhos, ao fim de um treino junto com o professor William, estabelecemos uma meta que seria a prova da Adidas de verão em dezembro, mas estávamos no mês de julho ou agosto e eu na hora fiquei com medo de não conseguir, esse medo nunca vai embora, sempre que se avança uma etapa vem o receio de que não se está preparado, pronto para essa nova fase e apesar disso, umas semanas mais tarde percebi que estava melhorando, que estava rendendo mais e nesse caso não havia motivo para não antecipar essa data,  depois de muito pensar eu decidi encarar o desafio na primavera, em setembro  e lá fui eu na minha primeira prova, completando os 5km.

O jeito é continuar treinando

 

Não tem jeito, se quiser correr tem que treinar, e não é só colocar uma perna na frente da outra e acelerar como pensam alguns, é necessário uma orientação adequada com  um profissional de educação física, fazer uma dieta apropriada , como disse em outra postagem, precisa de disciplina, que ou temos ou adquirimos pela vontade e necessidade.

Continuei com os treinos apesar de ainda estar a passos lentos, fui estabelecendo pequenas metas, se hoje corri  50 metros, no próximo devo correr 70 metros ou mais, nunca igual ao anterior, sempre mais, mesmo que fosse uma diferença quase insignificante.

Junto com a vontade vem o que você  julga necessário para melhorar, faz por conta e risco e claro geralmente não dá certo, no meu caso eu decidi correr todos os dias na esteira, aumentando a velocidade e o tempo gasto lá, mas meu corpo não estava resistente para isso ainda, tinha que ter descanso, tempo para se recuperar e aí é claro surgiram dores na lombar, muito trabalho de musculação para consertar o estrago e ao mesmo tempo fortalecer para ter condições e isso é trabalhoso e dolorido.

O melhor disso tudo é o resultado e quando eu consegui os primeiros bons resultados fiquei muito feliz, sensação se superação, de valeu a pena insistir, e nesse momento o resultado foi correr 1 km, isso mesmo, o primeiro sem caminhar, fui correndo e parecia enorme aquela distância, mas comemorar pequenas conquistas é parte importante desse processo, não deixar para só para quando chegar aos  5km, 10 km para achar que conseguiu, qualquer conquista é válida, é bem vinda e não vem fácil, houve muito tempo e dedicação para essa tarefa.

Vencendo os primeiros quilometros - 85 kg

 

Vou jogar xadrez que é mais fácil.......

Os treinos seguiram, com bastante dificuldade, eu via as demais pessoas da equipe correndo e eu não acompanhava, nem mesmo corria, além da limitação física existia essa psicológica, eu queria correr, atingir meu objetivo, mas eu não via isso acontecendo, eu sempre ficava pelo caminho, dava até um frio na barriga quando o treino previa 7 ou 10 km, pois eu não fazia nem mesmo 1 km e  teria que lidar com isso,fazer  o possível para conseguir o meu máximo e sempre vinham os ajustes conforme a minha capacidade.

Mas em um desses dias eu realmente considerei parar com tudo, e soltei essa: vou parar com isso e jogar xadrez que é mais fácil. Xadrez é um esporte que eu já conhecia e gostava, seria cômodo voltar para o tabuleiro, agora dizer que é mais fácil foi exagero é tão difícil quanto, e depois com o tempo percebo até que são muito parecidos, pois as provas podem durar muito tempo, é preciso de resistência física e psicológica, muita atenção, ciência de seus movimentos, concentração e muito treino.Isso que dizer que qualquer esporte requer esforços, superação, controle e tudo precisa ser conquistado.

O primeiro treino

Esse dia parecia nunca chegar, pois realmente demorou e me mantive treinando na academia, com isso ganhando alguma resistência e condições para começar os treinos específicos de corrida. Em fevereiro sofri um pequeno acidente de trânsito, que não foi grave, mas prorrogou ainda mais esse início, nada disso fez com que desistisse, apenas esperei um pouco mais.

Finalmente em maio de 2012, decidi encarar esse tão programado treino, fui aula de corrida e saí na rua junto ao grupo que treinava há algum tempo, já participavam das provas de rua, enfim corriam mesmo, e eu lá disposta a tentar.

Durante o treino na UFPR

Para meu desespero e sem nenhuma surpresa, eu quase não corri, fui no máximo uns 20 metros e depois ia caminhando, assim alternei caminhada e quase corrida durante todo o tempo da aula, estávamos na pista da UFPR, que naquele dia parecia a maior pista do mundo eu olhava e nem imaginava que um dia conseguiria fazer uma volta completa correndo.

Muitos treinos seguiram dessa forma, a evolução foi lenta e digo não é fácil insistir, pois no princípio é difícil acreditar que vai dar certo, que aqueles quilômetros são longos demais para tão pouco fôlego, mas ai eu lembrava que tinha colocado isso como uma meta, havia determinado esse objetivo com o professor William que estava fazendo o possível para que eu conseguisse, já tinha falado para alguns amigos que iria correr, se eu recuasse, estaria fracassando com meus propósitos, com as minhas expectativas e de outras pessoas, não descobriria a satisfação que existe em superar uma limitação dessas, não teria uma história bem sucedida para contar e ficaria com a sensação do “se”, se eu tivesse insistido, tentado e então jamais saberia, não sobrou muita alternativa senão persistir e insistir.

Final do primeiro treino - 87 kg

Quando começou

Começar a correr foi uma surpresa até para mim, pois não imaginava que pudesse praticar um esporte que exigisse, força, resistência e disciplina, ainda mais pesando 92 kg e medindo 1,56 m de altura, mas essa idéia não surgiu repentinamente, partiu do momento de um convite até a difícil decisão de aceitar o desafio.

Ao chegar no auge do meu peso, isso em setembro de 2011,decidi frequentar uma academia, pois precisava reagir afinal continuava ganhando peso, diminuindo a autoestima , estado depressivo e o pior começando a surgir problemas de saúde, como pressão alta.

O primeiro mês foi o mais difícil, exercícios leves e regulares, e quase nenhum resultado na balança, passando os meses comecei a perder peso, e intensificar o treino, mas ainda não conseguia muito, comecei a fazer aulas de bike indoor e nem sempre ia até o fim, até que chegou um dia que a Suzana minha instrutora na academia, naquela época, incluiu uma corridinha no meu treino e eu nem mesmo sabia correr na esteira, um outro instrutor o João pacientemente me orientou até que eu consegui o feito, mas era sofrido, sem fôlego e quase nenhum condicionamento para aguentar aquele um minuto de corrida.



Uruguai - setembro 2011 - 92 kg

Pouco tempo depois, isso em novembro ou dezembro, aconteceu a maratona de Curitiba e um dos professores, o William, participou desse evento, ao contar da sua experiência no fim fez o convite vamos correr? E claro, prontamente disse: esta maluco, eu não tenho condições pra isso, gordo não corre (rsrsrs), mas eu tinha outros amigos que corriam a Daihany e a Patrícia, eu acompanhava as postagens e as declarações delas e achava legal, por causa disso eu acabava pensando naquela proposta insana e passado um tempinho decidi encarar o desafio, mas antes de afirmar perguntei a esse mesmo professor que me convidou se ele me ajudaria, pois com certeza sozinha era improvável e ele por sua vez aceitou me orientar e ajudar, e ficamos combinados a iniciar tão logo acabassem as férias de fim de ano.